sexta-feira, 11 de março de 2011

pássaro preto que escureceu meu pensamento


pinto, repinto, pós-pinto. pinturas alheias, mas um pouco minhas.
tenho percebido as coisas ao redor mais distantes e grandiosas, ao mesmo tempo em que na verdade é a primeira vez que toco nelas.
ando meio repetitiva - mas porque me repito em mim. porque só na repetição que tenho compreendido tudo... cada vez que lemos um livro é diferente. cada vez que digo qualquer coisa é diferente.

tanta coisa tão rápida mas parece que o tempo é tão intenso (embora tão curto)

pássaro... chão, cadeira, mesa, é tudo na direção da comida, do comido, do esperado. mas depois de muitos móveis é esse tom de mar que encontro em volta do meu pássaro preto.

pássaro preto... descubro que há duas espécies. o meu é o parasita ou o que aproveita as árvores com buraco? que diferença faz, não se eximem os dois de construir um ninho?
mas também não é isso a lei de sobrevivência? não é assim que os humanos são também? ... parasitas, preguiçosos... Espertos?
mas me arrepio de pensar que os pássaros também são maus, que também querem viver mais do que conseguem explicar. pra que um ninho se eles se movem com as estações, se eles fogem do verão, pra que um ninho se é possível dar um jeito de viver sem ele? se é possível ganhar mais comida no tempo que se perderia construindo uma casa?
afinal, pra que um chão quando se tem o ar?