quarta-feira, 11 de agosto de 2010

de junho, da frustação de um inverno só

achei umas conversas de msn antigas por aqui, inclusive as tuas - nossas. a gente era tão doce, lembra? a gente era tão triste, também. agora parece obvio: isso nunca ia dar certo, duas pessoas se juntando pela tristeza, veja só.
eu fiquei com medo de abrir a pasta, mas confesso que foi a primeira que eu procurei. sabia que era meio autossabotagem, mas abri mesmo assim, disposta a me afundar.
babaquices nos primeiros dias, mas foram ecos que ficaram retumbando na minha mente várias mesas de bar. eu me apaixonei por ti na primeira conversa, no primeiro encanto. sinceramente, lendo as nossas falas hoje, não fez o menor sentido, porque tu só respondia coisas banais e não tinha nada de apaixonante nisso. mas me apaixonei, como o resto da história demonstra.
e sabe, eu vim escrever aqui porque fiquei tocada, não sei bem pelo que ou de que jeito, mas fiquei meio tocada com essas conversas. mas sabe que foi bom? percebi que essa coisa passou. leio o que tu dizia, o que eu dizia, e não entendo a magia que eu imaginava antes.
fui devagar no começo, tão metódica. conversava com uma amiga cervejas a fio sobre o que eu deveria dizer, sobre cada palavra usada, tentando sempre acertar o jeito certo e te amarrar a mim. mas te amarrei tarde de mais, não é? eu não pude, ou talvez tenha podido mas ignorei, ver que tu tava amarrada pelo outro lado ainda. por outro alguém.
construi em ti algo maior, mas ainda assim te amei de um jeito fraco. e o verbo é amar mesmo, o sentimento é amor mesmo, te amei, te amei e te amei até quando tu nem sabia o que isso significava (e mais fortemente nessa parte).
também não vou mentir que foi um amor lindo, intenso, inesquecível. pelo contrário: foi um amor completamente esquecível. fraco.
é mais simples que eu coloque a culpa em ti por não ter construído uma história de amor digna de um romance, porque de fato tu não estava pronta pra coisa. mas e estava eu? como eu me justifico sabendo que fui racional durante toda a conquista, que não deixei fluir, que fui botando metas e comprindo-as... e como eu podia esperar que disso saísse algo natural e puro? se era algo que eu havia planejado? porque é sim verdade que eu me joguei, mas me pergunto francamente: no que, céus, no que eu achava que estava me jogando? em que tipo de relacionamento? como eu podia ter um futuro com uma pessoa completamente incompátivel a mim, com um mundo completamente incompátivel ao meu, que eu sabia que não ia suportar o meu temperamento e era claro que a minha condescendência não ia fazer bem pra nenhuma de nós?
ler essas conversas só me deixam mais esclarecida sobre tudo: eu errei. um erro que veio pro bem, mas eu errei.
guardo fundo as lembranças boas, os momentos românticos, os dias que eu achei que ia explodir de tanta felicidade, mas no fim nós erramos... eu tava me destruindo e achava bonito por ao menos ter feito algo da vida.
um relacionamento tem que ser de troca, recíproco, pros dois lados. preciso de uma pessoa mais madura. preciso ficar mais madura. e vou achar essa pessoa. porque ver teus olhos brilhando nos nossos momentos na beira do lago e teu desespero no último dia me fizeram ver que eu sou capaz de fazer alguém me amar, e isso eu confesso que não sabia.
só não sei... não tive coragem de ler as conversas até o fim, até porque são muito compridas. mas principalmente porque fiquei com medo de chegar na parte louca e absurda que foram nossos últimos dias.
sinto tua falta, mas quando tava contigo sentia uma puta falta de mim que eu não quero nunca mais sentir.
não sei bem por que, mas sinto que a partir de agora as coisas vão ser diferentes.

(quando a gente acha que sabe tudo percebe que andava tendo as dúvidas erradas.)

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