quarta-feira, 11 de agosto de 2010

o silêncio também foge

é vida, hora de ligar a luz. tão forte, eu que sempre fui de penumbras. engatei, azar. o escuro ou a luz que cega. extremos de uma mesma sintonia. sou eu quem estou acesa.
tem uma coisa terrível de acordar cedo, sabe, é ter sono. é terrível-terrível, saber que se demora quase uma hora no ônibus pra chegar lá. mas lá está aquilo, sabe? aquilo que te completa. e de qualquer forma não há muita opção.
e o que importa se no fim somos todos tão culpados e tão inocentes? o que, me pergunto sempre, o que importa de quem é a culpa? por favor, olhar pra frente, achar o culpado não reverte o ato. mudanças, mudanças. mudanças? sinto que no igual também há força.

ah, meu coração lateja.
quem me encontra quando eu mesma já me esqueci? como não te desejar tudo de bonito e como não te odiar ao mesmo tempo? como ser, ao menos um pouco, menos egoísta? como parar de fazer perguntas, já que as respostas não existem, ou ao menos não são dizíveis?
como ir adiante se o que tá atrás faz tanto sentido? e se o que faz sentido é ruim, como encarar o caos do confuso?
ah, meu coração estaciona.
não é verdade que eu não estou pronta. nem é verdade que eu não me encontrei ainda. a verdade é que se abre mão de uma coisa por outra. abri mão de muito, e já nem sei exatamente pelo quê. mas toco. não vejo: só toco. (está ali.)
ah, que coração é esse?
me enveneno. também me construo. moinho aos pedaços, fluente da água, fluente do movimento. falo, falo, falo. por fora sim, mas me aquieto tanto por dentro. tenho sido tanto silêncio ao revés.
ah, já não há coração.
não é que esteja vindo algo lindo pela frente, mas eu construo agora um algo lindo, entende?
construo e há de florir.
há de florir.

Um comentário: